A reforma tributária brasileira está chegando e promete revolucionar a forma como empresas e consumidores lidam com impostos. No centro dessa mudança estão dois novos tributos: o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e o CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços). Essas siglas podem parecer complicadas, mas entender o que elas significam é fundamental para o futuro do seu negócio.
O que são os novos tributos IBS e CBS?
CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços)
A CBS é uma contribuição federal que vai substituir dois impostos que você já conhece: o PIS e a Cofins.
Esses tributos atualmente incidem sobre a receita bruta das empresas, ou seja, sobre todo o dinheiro que entra no caixa da empresa, independentemente do lucro.
Exemplo prático: Imagine uma empresa de tecnologia que vende softwares para outras empresas. Hoje, ela paga PIS e Cofins sobre seu faturamento. Com a CBS, esses dois tributos serão unificados, simplificando a apuração e o pagamento. A empresa passará a recolher apenas a CBS, com uma alíquota única.
IBS – Imposto sobre Bens e Serviços
A IBS terá um papel mais amplo. Vai unificar o ICMS (que é estadual) e o ISS (que é municipal). Será um imposto de competência compartilhada entre estados e municípios, mas com gestão unificada, feita por um comitê com representantes dessas esferas de governo.
Exemplo prático: Suponha uma empresa de roupas que vende seus produtos para diversos estados. Atualmente, ela precisa lidar com regras diferentes de ICMS em cada estado e também pagar ISS se prestar algum tipo de serviço. Com o IBS, essa complexidade será reduzida, pois haverá apenas um imposto com regras uniformes.
Com isso, em vez de cada estado e cidade ter suas próprias regras, haverá uma padronização na cobrança do imposto sobre consumo em todo o país.

Novos tributos: CBS, IBS e IS
Além da CBS e IBS, há um terceiro imposto que será criado: o Imposto Seletivo (IS).
Imposto Seletivo (IS)
O IS será cobrado somente sobre produtos considerados prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, como cigarro, bebidas alcoólicas e outros itens específicos.
Seu objetivo é desestimular o consumo desses produtos, além de arrecadar recursos de forma mais justa, sem afetar bens e serviços essenciais.
O que muda com a Reforma Tributária?
Atualmente, o Brasil tem um sistema de impostos sobre o consumo bastante fragmentado. Cada tipo de imposto tem sua própria regra, forma de cálculo e gestão, o que torna a vida de quem empreende bem mais difícil.
Veja como é hoje:
- ICMS: imposto estadual sobre circulação de mercadorias.
- ISS: imposto municipal sobre prestação de serviços.
- IPI: imposto federal sobre produtos industrializados.
- PIS e Cofins: contribuições federais sobre o faturamento.
Essa multiplicidade de tributos gera custos administrativos enormes, pois as empresas precisam de equipes especializadas para lidar com cada tipo de imposto, suas diferentes regras e prazos de pagamento.

Entenda os principais pontos do novo sistema tributário
A nova estrutura traz uma série de mudanças que vão impactar empresas de todos os portes. Entre os destaques:
- Regras padronizadas em todo o Brasil: com CBS e IBS, as empresas passarão a lidar com um conjunto unificado de normas sobre fatos geradores, bases de cálculo, alíquotas e isenções. Isso tende a simplificar bastante a rotina fiscal.
- Centralização da apuração: a CBS será arrecadada pela Receita Federal, e o IBS será gerenciado por um Comitê Gestor nacional, evitando múltiplas guias e obrigações estaduais ou municipais.
- Cobrança sobre todas as operações de bens e serviços: a nova tributação será ampla, incluindo desde a venda de produtos até operações como aluguéis, cessões de direitos e importações.
- Tributação baseada no destino: a arrecadação será direcionada para o local onde o bem ou serviço for consumido, não mais onde foi produzido. Isso promove maior equilíbrio entre regiões mais e menos desenvolvidas.
- Crédito fiscal mais transparente: será possível abater, de forma clara, os valores de tributos pagos anteriormente na cadeia produtiva, reduzindo o efeito cascata e tornando o preço final mais justo.
- Possibilidade de ressarcimento de créditos acumulados: regras específicas serão criadas para que empresas recuperem valores pagos além do necessário em determinadas situações.
- Transparência na formação de preços: os tributos passarão a ser calculados "por fora", ou seja, informados separadamente no preço, dando mais clareza ao consumidor e ao empresário sobre a carga tributária real.
Comparativo entre os tributos atuais e os novos tributos
Como se preparar para a Reforma Tributária?
A transição para os novos tributos começará em 2026 e será finalizada em 2033. Apesar de parecer longe, esse tempo é essencial para que empresas se organizem e adaptem seus processos.
Veja algumas dicas práticas para se preparar:
- Revisar seus processos internos: entenda como funciona a formação de preços e o controle de tributos na sua empresa.
- Mapear seus principais clientes e fornecedores: identificar quem será mais afetado pelas mudanças ajuda a prever impactos.
- Investir em tecnologia e automação: um sistema de gestão eficiente será indispensável para lidar com as novas regras.
- Acompanhar as regulamentações: ainda há detalhes da reforma que serão definidos por leis complementares.

O papel do Simplifique nessa transição
Mesmo com as mudanças, uma coisa é certa: ter um bom sistema de gestão será essencial. O Simplifique é uma solução criada para facilitar a rotina de quem empreende, oferecendo ferramentas que ajudam a manter o controle financeiro, fiscal e operacional da empresa.
Com ele, é possível gerenciar notas fiscais, fluxo de caixa, vendas e estoque, tudo em um só lugar. O sistema está em constante atualização para acompanhar as mudanças da legislação e garantir conformidade com as obrigações fiscais.
Na prática, isso significa mais segurança, menos retrabalho e mais agilidade para focar no crescimento do seu negócio.
Se você quer enfrentar a Reforma Tributária com tranquilidade, escolha um sistema que evolua junto com a legislação brasileira.
Conclusão
A criação da CBS e do IBS representa uma mudança histórica no sistema tributário brasileiro. Com a unificação de tributos, padronização de regras e simplificação dos processos, espera-se um ambiente mais favorável para empresas e consumidores.
Mas essas mudanças exigem planejamento, organização e tecnologia. Os próximos anos serão decisivos para rever estratégias e garantir a competitividade.
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