Introdução
A Reforma Tributária tem sido um dos assuntos mais comentados nos últimos anos no Brasil. Com o avanço do Projeto de Lei Complementar (PLP) 68/2024, uma das mudanças mais significativas que chegará em 2025 é a implementação do split payment.
Esse novo modelo de recolhimento promete simplificar a forma como os impostos são pagos, reduzir a sonegação fiscal e aumentar a segurança nas transações financeiras. Mas, ao mesmo tempo, levanta dúvidas e preocupações entre empresários, contadores e consumidores.
Neste guia completo, você vai entender de maneira clara e didática o que é o split payment, como ele funciona, quais são seus benefícios, desafios e impactos no fluxo de caixa.
O que é o Split Payment na Reforma Tributária
O termo split payment significa “pagamento dividido”. Em vez de o vendedor receber o valor total da venda e depois recolher os impostos, o modelo faz com que a parte correspondente ao tributo seja separada no ato do pagamento e enviada ao governo automaticamente. O vendedor recebe somente a parcela líquida que lhe cabe.
Na prática, isso exige integração entre meios de pagamento (cartões, PIX, TEDs, etc.), bancos e sistemas fiscais para que a separação ocorra no momento da liquidação financeira.
A base constitucional e os projetos de lei que tratam da Reforma indicam que essa divisão será parte do novo arranjo de arrecadação do IBS/CBS previsto na Emenda Constitucional nº 132/2023 e regulamentado por leis complementares.
Exemplo numérico simples
- Valor da venda: R$ 1.000
- Alíquota/tributação aplicada: 28%
- Tributo: R$ 280
- Valor que vai ao vendedor: R$ 720
No split payment, esses R$ 280 são separados e transferidos ao Tesouro na hora da operação; no modelo tradicional, o vendedor recebia R$ 1.000 e só depois faria o pagamento do tributo.

Principais benefícios do Split Payment no Brasil
A implementação do split payment traz vantagens tanto para o governo quanto para empresários e consumidores. Entre as mais importantes, podemos destacar:
- Redução da sonegação fiscal Como os tributos são recolhidos de forma automática, fraudes e práticas como “notas frias” ficam muito mais difíceis.
- Simplificação para empresários O empreendedor não precisa mais se preocupar em calcular e pagar os tributos manualmente. Isso reduz a burocracia e a chance de erros.
- Previsibilidade para o governo Com a arrecadação garantida no momento da transação, o poder público consegue planejar melhor seus recursos.
- Menos custos com compliance Empresas gastarão menos com processos de conformidade tributária, já que o sistema passa a ser automatizado.
- Justiça tributária O recolhimento automático garante que todos paguem os tributos devidos, sem distorções entre quem cumpre ou não as obrigações.
Por que o split payment está sendo proposto na Reforma?
O objetivo central é tornar a arrecadação mais eficiente, transparente e menos vulnerável a fraudes. Com tributo recolhido na fonte financeira da operação, há menor espaço para erros, notas frias e omissão de receita.
Além disso, o uso da infraestrutura de meios de pagamento amplia a capilaridade da arrecadação, reduzindo a dependência apenas do contribuinte para o recolhimento.
O PLP que regulamenta a reforma e dispositivos legais apontam para a utilização dos operadores de pagamento como parte da solução.
Principais desafios para empresários e contadores
Apesar dos ganhos, a mudança traz desafios concretos:
- Impacto no fluxo de caixa: empresas deixarão de ter acesso temporário ao valor integral da venda, o que pode apertar a liquidez, principalmente em negócios com baixa margem ou vendas parceladas.
- Adaptação tecnológica: ERPs, gateways de pagamento e sistemas de frente de loja precisarão integrar-se com mecanismos que permitam a retenção e transferência automática dos tributos.
- Complexidade para operações parceladas e antecipações: vendas em parcelas, antecipação de recebíveis e operações envolvendo marketplaces demandam regras claras de rateio do imposto.
- Necessidade de capacitação: contadores e equipes financeiras terão que atualizar processos e treinar-se para operar e conciliar os novos lançamentos automáticos.
- Possíveis custos iniciais: atualização de sistemas, testes e mudanças de contrato com adquirentes podem representar investimento no curto prazo.
Cada empresa deverá mapear o seu caso para se adaptar às novas regras.
Impacto no fluxo de caixa das empresas
Um dos maiores receios sobre o split payment é o impacto direto no fluxo de caixa.
No modelo atual, as empresas recebem o valor total da venda e têm um período para recolher os tributos. Esse intervalo permite que elas utilizem temporariamente esse dinheiro em suas operações.
Com o split payment, essa margem desaparece, já que os tributos são descontados de forma imediata.
Exemplo em vendas parceladas
Imagine uma loja que vende um produto de R$ 3.000 em 10 vezes. Pelo sistema tradicional, ela recebe as parcelas e, depois, calcula e paga os impostos.
Com o split payment, a tributação será proporcional a cada parcela, ou seja, o governo receberá parte em cada pagamento feito pelo consumidor.
Isso evita o esvaziamento imediato do caixa, mas ainda assim reduz a flexibilidade financeira da empresa.
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Split Payment e a Reforma Tributária Brasileira
A adoção do split payment está diretamente ligada à Reforma Tributária, que reformula a forma de cobrança dos impostos sobre consumo no Brasil.
A Emenda Constitucional nº 132/2023 prevê a criação de dois novos tributos:
- IBS (Imposto sobre Bens e Serviços)
- CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços)
Ambos seguem o modelo de IVA (Imposto sobre Valor Adicionado), utilizado em diversos países.
O PLP 68/2024 regulamenta o split payment como mecanismo de recolhimento desses novos tributos, tornando a arrecadação mais justa e eficiente.
Questões controversas
- Antecipação de pagamento: pode gerar acúmulo de créditos e a necessidade de solicitar ressarcimentos.
- Atrasos nos pagamentos: caso a liquidação financeira ocorra depois do prazo dos tributos, pode haver distorções.
- Multiplicidade de operações: empresas precisarão se adaptar a novos fluxos de conciliação financeira.
Resumo de impactos positivos e negativos do Split Payment
Impactos positivos
- Recolhimento mais eficiente e seguro
- Redução de fraudes e sonegação
- Simplificação para os contribuintes
- Planejamento mais previsível para o governo
Impactos negativos
- Redução do caixa imediato das empresas
- Custos de adaptação tecnológica
- Maior complexidade no início da implementação
- Possíveis atrasos em ressarcimentos tributários
Como o Simplifique pode te ajudar nesse novo cenário
Com tantas mudanças, contar com um sistema de gestão atualizado faz toda a diferença. O Simplifique é um ERP moderno que acompanha de perto todas as alterações da Reforma Tributária e já está preparado para atender às novas regras.
Entre os principais recursos, destacam-se:
- Gestão fiscal completa: emissão de NF-e, NFS-e, CT-e e MDF-e integrada.
- Controle do fluxo de caixa: visão clara das entradas e saídas da sua empresa.
- Automação de processos: reduz o tempo gasto com tarefas manuais.
- Retenção automática de tributos: simplifica a adaptação ao split payment.
- Suporte humanizado e gratuito: especialistas disponíveis para tirar dúvidas em cada etapa.
Assim, você garante que sua empresa não apenas cumpra a legislação, mas também tenha mais eficiência na gestão financeira.
Conclusão
O split payment representa uma das maiores mudanças da Reforma Tributária e promete transformar o sistema de arrecadação de tributos no Brasil.
Embora traga benefícios como maior segurança, transparência e justiça fiscal, também exige adaptação por parte das empresas e contadores, especialmente no que se refere ao fluxo de caixa e atualização tecnológica.
Com planejamento e as ferramentas certas, como o Simplifique, é possível encarar esse novo cenário com tranquilidade, garantindo não apenas conformidade com a lei, mas também eficiência e crescimento sustentável.
Se você é empreendedor ou contador, comece hoje mesmo:
- Faça um simulado de fluxo de caixa com o novo modelo.
- Consulte seu fornecedor de ERP e adquirentes sobre integrações e prazos de testes.
- Capacite a equipe financeira e contábil.
- Acompanhe as publicações oficiais e orientações da Receita e do Ministério da Fazenda.
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