Apesar de parecer uma forma de garantir qualidade e controle, o micro gerenciamento — a prática de supervisionar cada detalhe das tarefas dos colaboradores — é, na verdade, um obstáculo significativo para o crescimento das empresas contábeis.

Ele mina a confiança, sufoca a criatividade e restringe a capacidade das equipes de evoluírem. Em um setor que exige precisão e se move em ritmo acelerado, essa abordagem pode ser particularmente danosa, levando à sobrecarga dos líderes, à dependência excessiva dos funcionários e, consequentemente, a uma queda drástica na produtividade.

O Contraste entre Controle Excessivo e Autonomia

Pesquisas recentes apontam que apenas 30% dos profissionais se sentem engajados em ambientes onde os gestores controlam cada passo — um alerta para repensar os modelos de liderança. Essa falta de engajamento se manifesta em baixa iniciativa, alta rotatividade de pessoal e desempenho insatisfatório.

No contexto contábil, o micro gerenciamento torna os processos de decisão lentos, transforma o líder em um gargalo para as operações, desmotiva a equipe e faz com que talentos busquem oportunidades em empresas com culturas mais flexíveis.

Em seu livro First, Break All the Rules, Marcus Buckingham e Curt Coffman enfatizam que os melhores líderes não se concentram em gerenciar pessoas, mas sim em criar as condições necessárias para que os profissionais possam dar o seu melhor.

"Os melhores gestores não são aqueles que tratam todos da mesma forma. Eles tratam cada pessoa de forma única, com base em seus talentos, e buscam o que há de melhor em cada um."

A alternativa a esse modelo é a autonomia com responsabilidade. Longe de ser uma ausência de controle, a autonomia se trata de dar liberdade aos colaboradores dentro de diretrizes claras.

Daniel Pink, autor de Drive: The Surprising Truth About What Motivates Us, argumenta que a motivação duradoura vem de três pilares: a autonomia para controlar a forma como o trabalho é feito, a maestria na busca por melhorias contínuas e o propósito, que é entender o impacto do próprio trabalho.

Quando aplicada no setor contábil, a autonomia se traduz em produtividade elevada, já que os colaboradores não perdem tempo buscando aprovações constantes. A proatividade aumenta, pois eles se sentem capacitados para resolver problemas antes que se tornem maiores. Além disso, a qualidade estratégica melhora, liberando tempo para análises mais aprofundadas e consultorias de alto valor.

Na Contmatic, por exemplo, essa filosofia é implementada não apenas na gestão interna, mas também nas soluções tecnológicas, como o Contábil Phoenix, que automatiza tarefas operacionais e permite que as equipes se dediquem a atividades estratégicas.

Transformando a Liderança e a Cultura

Para implementar a autonomia de forma eficaz, é preciso que a liderança migre do papel de controlador para o de facilitador. Isso começa com a delegação inteligente, onde os gestores definem as expectativas e os indicadores de desempenho, mas dão liberdade para que as equipes escolham o método para alcançar os objetivos.

O uso da tecnologia, como ferramentas em nuvem e softwares robustos, dá a segurança e a agilidade necessárias para reduzir a necessidade de supervisão constante.

Construir uma cultura de confiança é fundamental. Isso envolve investir na capacitação da equipe — a Contmatic Academy, por exemplo, oferece cursos técnicos gratuitos para profissionais contábeis. O feedback contínuo também é crucial, pois fortalece a relação entre gestor e equipe, garantindo o alinhamento de todos.

Conclusão

Para se tornar um líder facilitador, é essencial estabelecer objetivos claros, capacitar a equipe com treinamentos, aceitar erros como parte do processo de aprendizado, monitorar indicadores de desempenho em vez de tarefas individuais e, por fim, celebrar as conquistas. Simon Sinek, em Leaders Eat Last, exemplifica como líderes que confiam e apoiam seus colaboradores criam ambientes de alta performance.

"Quando um líder abraça sua responsabilidade de cuidar das pessoas em vez de cuidar dos números, as pessoas seguirão, resolverão problemas e garantirão que a visão desse líder se torne realidade da maneira correta, de forma estável e não da maneira conveniente."

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